Ja ando a algum tempo para vos falar do Emílio.
Emílio, o peixe, foi uma necessidade de ter um animal ca em casa. Alguem que não fosse preciso dedicar muito tempo, alimentar uma vez ao dia - e se tiver sorte - e mudar a água do aquário uma vez em cada 15 dias.
Ao inicio toda a gente tinha pena do Emílio - ó coitado, está ali sozinho num aquário sem nada, isto tem que mudar! - Essas mesmas pessoas fizeram o favor de lhe arranjar uma rocha e umas pedrinhas para o aquário e há coisa de 2 semanas foi oferecido um companheiro ao Emílio. Um peixe preto de olhos saídos vindo das ramblas. Baptizaram-no de Adalino.
Tudo parecia correr bem no aquário da Diagonal 105, até hoje...
Depois de tomar o pequeno almoço reparei que o Emilio estava muito sossegado no fundo do aquário e fui ver se estava bem. Quando olhei para o lado oposto vi o Adalino a boiar de lado... Voltei a olhar po Emilio e ele tava com aquele olhar esbugalhado de como quem diz: "Porque é que estas a olhar para mim? Eu não fui!"
Tratei da cerimónia funebre do Adalino e fui confrontar o Emilio. Lá me confessou que nunca tinho gostado muito do Adalino, desde o 1º dia que andava sempre aos encontrões, a disputar a comida, a mandar bocas - 'postas de pescada' - e toda a gente sabe que pela boca morre o peixe. E em duas semanas deixou de haver Adalino, e cedo se começa a perceber que o Emilio é fish, mas não é para todos...
E é com peixes como este que faz sentido a expressão 'dar de comer aos peixinhos'...
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